Inflação oficial desacelera em maio com alta de 0,26%, diz IBGE

IPCA registra menor variação para o mês desde 2023

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), utilizado como referência oficial da inflação no Brasil, apresentou uma variação de 0,26% em maio de 2025. O dado foi divulgado nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e representa uma desaceleração em comparação com abril, quando o índice havia subido 0,43%.

Na análise acumulada de 2025, o IPCA soma uma alta de 2,75%. Já na janela de 12 meses, a inflação recuou de 5,53% para 5,32%, marcando um alívio nos preços após meses de aceleração.

Esse resultado também ficou abaixo das projeções do mercado financeiro, que estimavam uma alta de 0,37%. O desempenho de maio é o menor para o mês desde 2023, quando a inflação foi de 0,23%.

Conta de luz e medicamentos pressionam índice

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O grupo Habitação foi o principal responsável pela alta do IPCA em maio, registrando avanço de 1,19%. Dentro desse grupo, a energia elétrica residencial subiu 3,62%, sendo o item com maior impacto individual no mês, representando 0,14 ponto percentual no índice geral.

Segundo o IBGE, a aplicação da bandeira tarifária amarela elevou o custo das contas de luz em R$ 1,88 a cada 100 kWh consumidos. Essa medida foi adotada devido à redução das chuvas e à transição para o período seco, conforme comunicado da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Além disso, houve reajustes tarifários em diversas capitais, incluindo Recife, Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte, Aracaju e Campo Grande. Outro item que pressionou o IPCA foi o de produtos farmacêuticos, que subiram 0,69%, após um reajuste autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). O plano de saúde também teve alta de 0,57%.

Transportes e alimentos ajudaram a conter o índice

Por outro lado, alguns setores contribuíram para conter o avanço da inflação. O grupo Transportes teve queda de 0,37%, com destaque para a redução no preço das passagens aéreas, que caíram 11,31%, e nos combustíveis, que recuaram 0,72% no geral.

Entre os combustíveis, o óleo diesel caiu 1,30%, o etanol 0,91%, o gás veicular 0,83% e a gasolina teve baixa de 0,66%. Esses recuos ajudaram a aliviar o impacto das altas em outros segmentos.

A alimentação no domicílio também teve forte desaceleração, passando de 0,83% em abril para apenas 0,02% em maio. Entre os itens com queda de preço destacam-se o tomate (-13,52%), o arroz (-4,00%), o ovo de galinha (-3,98%) e as frutas (-1,67%).

No entanto, alguns produtos ainda subiram, como a batata-inglesa (10,34%), a cebola (10,28%), o café moído (4,59%) e as carnes (0,97%).

Resultados por grupo e desempenho do INPC

No total, sete dos nove grupos analisados pelo IBGE apresentaram aumento nos preços em maio. Veja os resultados:

  • Alimentação e bebidas: +0,17%
  • Habitação: +1,19%
  • Vestuário: +0,41%
  • Saúde e cuidados pessoais: +0,54%
  • Despesas pessoais: +0,35%
  • Educação: +0,05%
  • Comunicação: +0,07%

Os dois grupos que registraram queda foram:

  • Artigos de residência: -0,27%
  • Transportes: -0,37%

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Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado para reajustes salariais e que mede a inflação para famílias de renda mais baixa, registrou alta de 0,35% em maio. No acumulado de 12 meses, o índice soma alta de 5,20%.

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